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Foto de Arquivo: Solidariedade é fundamental para a sobrevivência dessas pessoas, que também demandam afeto e empatia. |
Por Evandro Brasil
Vulnerabilidade Social: A cada passo que dou pelas ruas do Rio de Janeiro, sinto um nó na garganta ao observar a crescente presença de pessoas em situação de rua — seres humanos com nomes, histórias, sonhos — relegados ao esquecimento. Eu me recuso a aceitar que essa seja a realidade para mais de 30 800 pessoas no estado e quase 21 800 apenas na capital . É urgente que o Estado assuma a responsabilidade de promover mudanças profundas — com conhecimento, preocupação e empatia.
Como um ser político, acredito que transformar realidades exige ações concretas. O plano “Ruas Visíveis”, implementado na cidade do Rio pela prefeitura com apoio federal, trouxe esperança ao oferecer serviços essenciais como assistência social, saúde, moradia digna (Programa Moradia Cidadã), além de infraestrutura básica como banheiros, bebedouros e armários . Também considero positivo o Programa “RJ para Todos”, lançado pelo governo estadual, que oferece atendimento intersetorial, emissão de documentos, acesso a emprego via Sine, saúde, lazer, e inclusive a possibilidade de retorno à terra natal .
No entanto, a realidade permanece alarmante. Entre janeiro e dezembro de 2024, o número de pessoas em situação de rua no Brasil aumentou 25%, chegando a 327 925 pessoas, sendo 30 801 apenas no Rio de Janeiro . Isso mostra que, apesar dos programas, a resposta ainda é insuficiente — sobretudo para solucionar as causas estruturais que empurram pessoas às ruas.
Pesquisas indicam que esse aumento está ligado à ausência de políticas estruturantes, como moradia, educação e trabalho . Dados do Censo da prefeitura (2022) reforçam esse quadro: 7 865 pessoas na capital, com 84% autodeclaradas pretas ou pardas, 64% com ensino fundamental incompleto, 57,7% catadores, 43% moradores vítimas de conflitos familiares, e 22% por alcoolismo ou uso de drogas .
Especialistas do Ipea apontam que nos últimos dez anos a população de rua no Brasil cresceu quase 936%, saindo de 21 934 em 2013 para 227 087 em 2023 . Eles destacam causas como exclusão econômica, desemprego, déficit habitacional, rupturas familiares e problemas de saúde mental, fatores que também se repetem aqui no Rio. Como escreveu um usuário no Reddit:
“Problemas familiares ou com companheiros foram apontados por 47,3% das pessoas … O desemprego foi citado por 40,5%” .
Enquanto isso, a gestão atual do Estado, liderada por Cláudio Castro (PL), demonstra fragilidade em enfrentar o drama da população em situação de rua. Pesquisa Genial/Quaest (fev. 2025) mostra sua desaprovação em 48% e claramente identifica a segurança pública (59%) e a saúde (46%) como áreas de insatisfação . Se a avaliação em setores tão fundamentais é tão negativa, é legítimo questionar sua capacidade de liderar soluções robustas para a questão da rua e da vulnerabilidade social.
Um exemplo de avanço, entretanto, vem do Ministério Público Federal, que criou, em abril de 2025, o Fórum Permanente por Direitos da População em Situação de Rua — uma iniciativa inédita, que reúne DPU, DPRJ, movimentos sociais e ONGs para articular ações conjuntas e estruturadas . Essa iniciativa mostra que a mudança só virá com colaboração e compromisso real — não apenas de governos, mas de toda a sociedade civil.
Mas não basta destrinchar números e leis. A verdadeira inspiração está nas vozes daqueles que vivem nas ruas. Como relatou um morador: “A rua tira a gente. A gente precisa de moradia com respeito, não empurrar para o abandono”. Essas palavras revelam a urgência de dignidade humanizada — e não de caridade superficial.
Chegou a hora de unir conhecimento e ação. Precisamos:
- Fortalecer e expandir políticas estruturantes: moradia digna, educação, qualificação profissional e renda.
- Ampliar serviços itinerantes de Saúde, como o Consultório na Rua, já existentes no SUS, para levar atendimento multiprofissional direto às ruas .
- Reativar e equipar mais Restaurantes Populares, como os poucos ainda em operação no estado (Rio, Niterói, Petrópolis, Barra Mansa) .
- Incluir a população de rua em políticas de habitação pública, usando imóveis ociosos ou reforma de estruturas existentes.
- Dar voz e protagonismo às próprias pessoas em situação de rua, garantindo sua participação ativa nas decisões que lhes dizem respeito.
Como ser atuante na esfera política, me comprometo a promover conscientização, mobilizar recursos e lutar pela criação de redes solidas de apoio. Quero que nossa sociedade enxergue a todos com empatia, respeito e solidariedade. A luta por dignidade é urgente — e eu estou aqui, pronto para ajudar nessa transformação.
Eu quero poder contar com o seu apoio nesta batalha
@evandrobrasil.oficial
#RuaNãoÉLugar
#FazerParecePouco
#DireitosHumanosJá
#PopulaçãoSemRua
#LiderarParaMudar
#DignidadeParaTodosRJ
#EmpatiaQueTransforma
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