Foto de Arquivo: Grandes centros sofrem com invasão de pessoas em situação de rua
@evandrobrasil.oficial
Vulnerabilidade Social: Como cidadão e alguém comprometido com a justiça social, sinto-me na obrigação de levantar minha voz e expressar, sem meias palavras, minha indignação e urgência diante do agravamento da situação das pessoas em situação de rua no Rio de Janeiro. O enfrentamento desse problema não pode ficar apenas nos papéis de decretos ou discursos — depende, antes de tudo, da ação direta e eficaz de prefeitos e governadores.
Os números escancaram a falência das ações promovidas pelo governo estadual liderado pelo governador Cláudio Castro (PL). Em março de 2025, o Cadastro Único registrou 30.997 pessoas em situação de rua no Estado do Rio de Janeiro, perdendo apenas para São Paulo — e com a capital fluminense sendo a segunda que mais concentra esses registros, com 21.764 pessoas nas ruas . Esses índices parecem ressaltar a total incapacidade do governo estadual de reverter esse quadro dramático.
Pesquisadores do Observatório da UFMG (OBPopRua/Polos-UFMG) apontam que o aumento da população em situação de rua — que chegou a quase 328 mil pessoas no país no final de 2024, um crescimento de cerca de 25% em relação a dezembro de 2023 — está diretamente relacionado à ausência de políticas públicas estruturantes em áreas como moradia, trabalho e educação . O cenário é grave: praticamente metade da população em situação de rua no país vive com até R$ 109 por mês .
No Rio, isso se traduz em milhares de vidas invisíveis, sem amparo efetivo. A promessa de “Rio para Todos” continua no papel, enquanto o governador permanece inerte, ou pior, ocupado com políticas de fachada que não transformam realidades.
A voz de quem vive na rua é um grito de socorro. Tenho ouvido relatos como:
“Trabalho o dia inteiro buscando lixo pra vender, mas o dinheiro mal dá pra comer.”
“Só quero um lugar seguro pra dormir e alguém que diga que me vê como gente.”
Essas falas traduzem desespero e invisibilidade — e é justamente isso que precisamos mudar.
Para reverter esse quadro, é urgente:
Destinar recursos reais e transparentes para abrigos dignos, centros populares que funcionem de verdade, atendimento de saúde mental e apoio ao trabalho formal ou ao acesso a treinamentos profissionais. Em 2022, por exemplo, apenas 19% das pessoas em situação de rua informaram ter sido atendidas por CRAS, 24% por CREAS, e 12% afirmaram não ter recebido atendimento em lugar nenhum — inaceitável!
Combater com firmeza a violência e discriminação contra essa população. Foram 3.478 registros de violência contra pessoas em situação de rua apenas no Rio de Janeiro entre 2020 e 2024 . Isso revela uma crueldade sistemática, muitas vezes cometida por quem deveria proteger.
Implementar programas estruturados com metas claras, como formação profissional, moradia assistida, atendimento psicossocial e articulação com prefeituras, para garantir uma solução de longo prazo — e não repetições de ações paliativas que não resolvem nada.
Eu me recuso a aceitar que minha voz seja apenas mais uma no vento. Reafirmo minha vontade de enfrentar essa luta — chamar prefeitos, pressionar o governador e mobilizar nossa sociedade. Queremos soluções reais, caminhos que devolvam dignidade, cidadania e esperança a quem já foi esquecido há tempo demais.
Chegou a hora de mostrar que a política é para servir, e não para fingir que serve. O enfrentamento ao crescimento da população em situação de rua exige coragem, empatia e liderança — e nós estamos prontos para exigir isso dos nossos governantes. Não podemos mais esperar.
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