quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Duque de Caxias clama por ação consciente e planejamento coletivo

Foto de Arquivo: Está imagem foi postada em uma reportagem do ano 2024 no Jornal de Brasília e afirmava que Caxias já estava há 29 horas embaixo d'água após o temporal.

@evandrobrasil.oficial

Duque de Caxias: À medida que caminho pelas ruas de Duque de Caxias, sinto algo mais que movimento urbano: percebo o pulsar de uma cidade que luta, persistentemente, para superar desafios históricos. Falo com convicção: os problemas que enfrentamos existem, são reais — e demandam nada menos que um planejamento sério, capaz de indicar, com precisão, onde devem ser empenhados os nossos recursos.


1. Inundações devastadoras — o drama se repete

As chuvas fortes transformam avenidas em córregos impetuosos. Em abril de 2025, a Avenida Jornalista Moacir Padilha virou um “rio de lama”, ao ponto de uma moradora, Ivanete Lourenço, contabilizar perdas de até R$ 6 mil em mercadorias inundadas . Prioritariamente, isso evidencia falhas na drenagem urbana e na infraestrutura das vias.

Também sobram relatos emocionantes, como o do marceneiro Amaro Alves, de Imbariê, que "sempre que chove... só com água na canela" — lamenta ele, enquanto tenta limpar bueiros entupidos . No Jardim Anhanguá, a dona de casa Alexsandra perdeu a cama das filhas; com residências sem asfalto, sem saneamento e sem limpeza adequada, cada tempestade traz angústia e temor, especialmente quando há crianças pequenas envolvidas .

Desde janeiro de 2024, bairros como Pilar, Amapá e Vila Urussaí ficaram alagados por dias. Mais de 2.200 pessoas foram cadastradas pela Defesa Civil para receber ajuda emergencial — água, quentinhas, roupas, materiais de higiene. A situação foi tão grave que o governo federal reconheceu estado de emergência, liberando recursos urgentes para reconstrução .


2. Risco estrutural e ocupação desordenada

A expansão urbana em Duque de Caxias avançou sem os devidos cuidados. Estudos mostram que a combinação de ocupações em encostas e várzeas, aliada à falta de vegetação natural, aumentou o risco de deslizamentos e inundações . Além disso, áreas como o Campo do Bomba — que ajudavam naturalmente a controlar enchentes — têm sido alvo de obras sem o devido EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental), o que pode agravar ainda mais o cenário hídrico da região. Enquanto escrevo esse post leio em meu whatsapp o pedido de ajuda de famílias da região do Pantanal que estão com suas residências sob risco de deslizamento.


3. Legado ambiental e desigualdade persistente

Em Jardim Gramacho, que até 2012 abrigou o maior lixão da América Latina, as marcas do abandono e da contaminação ainda persistem — solo, vida e renda foram impactados por anos de descarte irregular de resíduos, muitos deles tóxicos . Ao mesmo tempo, moradores de áreas periféricas ainda enfrentam dificuldades para acessar água potável — muitas vezes passando madrugadas tentando bombear de fontes — mesmo após o fechamento do lixão .


4. Vozes da comunidade — o clamor por cuidado contínuo

E a percepção popular, nas redes e nas ruas, reflete a frustração histórica. Um relato contundente no Reddit (subreddit r/riodejaneiro) expressa:

Você acha que sofre? Vem dar uma olhada em Duque de Caxias [...] as casas já estão todas alagadas [...] não há governo que se interesse em consertar isso.” 


Outro comentário, tocante, revela o drama humano da ocupação de áreas de risco:

“O povoado que vai desabar ou inundar... não tem como dar certo.” 

Essas vozes ecoam o desespero, mas também a indignação que pode e deve ser convertida em mobilização.


Um apelo à razão — planejamento, política e comunidade juntos

Os problemas — inundações frequentes, infraestrutura urbana precária, riscos ambientais e desigualdades estruturais — não são fantasiosos. Eles são evidentes e impactantes. Mas acredito, com plena convicção, que um planejamento sério, técnico e participativo pode indicar onde nossos recursos devem ser empregados com eficácia.

Políticos têm o dever de ouvir os bairros, dialogar com as comunidades, engajar setores técnicos e priorizar projetos de drenagem, saneamento, contenção de encostas e apoio às famílias afetadas. A comunidade, por sua vez, precisa se organizar e apontar as prioridades do cotidiano — por meio de associações de bairro, fóruns, dos conselhos e canais de participação.

Somente assim avançamos. A união faz a força — quando prefeitura e população conspiram a favor da cidade, emerge um campo fértil para transformar sofrimento em resiliência, desamparo em segurança, tragédia em transformação.


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