Foto de Arquivo: Em manifestação pacífica homem é perseguido e contido violentamente por militares durante a "ditadura do regime militar". O direito do povo era se calar
Por Evandro Brasil
O Brasil vive um momento de gravíssima ameaça à sua democracia. Não se trata de uma disputa política comum, entre esquerda e direita, mas de um confronto entre a civilização e a barbárie. Jair Bolsonaro, seus filhos, aliados políticos e religiosos não apenas cruzaram a linha do bom senso e da responsabilidade institucional — eles, ao que tudo indica, tramaram um golpe de Estado.
As provas são robustas e apontam que a tentativa de ruptura democrática foi real. Com apoio de militares e civis, Bolsonaro tentou subverter a vontade popular e destruir os pilares da nossa República. Isso é crime — um crime grave, previsto em lei, que atenta contra a Constituição, a democracia e o povo brasileiro.
Diante disso, o que faz Eduardo Bolsonaro? Ao invés de defender o Brasil, foge para os Estados Unidos. Lá, em vez de buscar apoio para a democracia, articula com setores do governo norte-americano a imposição de sanções contra o seu próprio país — apenas porque seu pai e seus comparsas estão agora sob investigação e julgamento. Para isso, Eduardo deve ter oferecido algo muito valioso. Mas o que se negocia quando se vende o próprio país em troca de proteção pessoal? Qual o preço da traição à Pátria?
É inaceitável que nação alguma — nem mesmo os EUA — interfira nas decisões soberanas da Justiça brasileira. Pior ainda é ver que essa interferência possa estar sendo feita para blindar golpistas.
O Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição, está sob ataque constante. Seus ministros são ameaçados, perseguidos e difamados nas redes sociais e nas ruas por fanáticos que acreditam estar servindo a Deus ou à Pátria. A história mostra onde esse caminho leva: a ditaduras, censura, violência e injustiça.
No Rio de Janeiro, já vimos a consequência do avanço da barbárie. Uma juíza foi assassinada por policiais corruptos ligados ao tráfico de drogas. Se essa prática se espalha, o que impedirá bandidos, milicianos ou criminosos de ameaçarem delegados, promotores e políticos que os enfrentam? Se o exemplo que vem de cima é o de desrespeito à lei e à autoridade judicial, o que esperar dos que vivem à margem da sociedade?
Bolsonaro, seus filhos, seus aliados e muitos líderes religiosos não defendem a fé nem a liberdade — eles usam a religião como escudo para proteger seus interesses políticos e crimes. Prometem moralidade, mas entregam ódio. Juram patriotismo, mas vendem o país. Exigem respeito à lei, mas agem como fora da lei.
É hora de refletir. É hora de reagir. Não podemos permitir que a democracia brasileira seja sequestrada por interesses pessoais, religiosos ou militares. A defesa do Estado de Direito é dever de todos nós. O Brasil não será palco de um novo golpe. O Brasil não será terra de covardes travestidos de patriotas.
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