terça-feira, 30 de dezembro de 2025

Jornalismo exige provas, não insinuações

Por Evandro Brasil 

Jornalismo: Nos últimos dias, voltaram a circular matérias e comentários que levantam acusações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, sem que sejam apresentados fatos concretos, documentos verificáveis ou provas inequívocas que sustentem tais narrativas. Entre esses conteúdos, chamam atenção textos assinados pela jornalista Malu Gaspar, que se apoiam muito mais em fontes indiretas, suposições e conjecturas do que em evidências objetivas.

É preciso dizer isso com clareza: jornalismo não é palco para ilações. O papel da imprensa é informar a sociedade com base em fatos comprovados, checados e contextualizados, especialmente quando se trata de instituições centrais da República e de autoridades que exercem funções decisivas para a democracia. Quando reportagens se apoiam em “ouvi dizer”, em bastidores nebulosos ou em versões não comprovadas, o resultado não é informação — é desinformação travestida de notícia.

Alexandre de Moraes pode, como qualquer agente público, ser alvo de críticas. Isso é legítimo e saudável em uma democracia. O que não é aceitável é a tentativa de construir uma narrativa acusatória sem provas, alimentando suspeitas que interessam mais a disputas políticas e ideológicas do que ao direito da população à verdade. Esse tipo de prática enfraquece o jornalismo, corrói a confiança da sociedade na imprensa e contribui para o ambiente de radicalização e descrédito institucional que o Brasil já conhece bem.

Vivemos um momento em que fake news, ataques coordenados e campanhas de deslegitimação são usadas como armas políticas. Nesse contexto, a responsabilidade de jornalistas e veículos é ainda maior. Não basta “sugerir”, “insinuar” ou “levantar dúvidas” sem base sólida. Quem acusa, precisa provar. Essa é uma regra básica não apenas do Direito, mas da ética jornalística.

A crítica que faço não é à liberdade de imprensa — ao contrário. É justamente em defesa dela. Liberdade de imprensa não significa liberdade para publicar acusações sem provas. Significa compromisso com os fatos, com a apuração rigorosa e com o interesse público. Quando esse compromisso é abandonado, perde a democracia, perde a sociedade e perde o próprio jornalismo.

Como leitor, cidadão e comunicador, sigo acreditando que o Brasil precisa de uma imprensa forte, crítica e independente, mas também responsável, honesta intelectualmente e fiel à verdade dos fatos — e não a narrativas convenientes.


Evandro Brasil

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