Por Evandro Brasil
Brasília: Quando li no jornal sobre a operação da Polícia Federal que teve como alvo a assessora parlamentar ligada ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, confesso que fiquei surpreso. Não apenas pelo fato em si, mas pelo tamanho do impacto político que essa ação provocou dentro do próprio Congresso Nacional. A cada nova revelação, fica evidente que há algo muito mais profundo e obscuro por trás da distribuição das emendas do chamado orçamento secreto.
O que me chama atenção é esse “clima de guerra” que muitos parlamentares insistem em mencionar. Guerra por quê? Guerra entre quem? Para mim, soa muito mais como um desespero de quem teme que a verdade finalmente venha à tona. Quando deputados dizem que “muita gente está preocupada”, isso, por si só, já é revelador.
A reação de alguns congressistas contra o ministro Flávio Dino também expõe um incômodo evidente. Parece que, para certos setores, investigar é uma afronta; punir é perseguição; e exigir transparência é quase um crime. Essa narrativa serve apenas para proteger velhos interesses e manter a velha política funcionando.
E o que dizer da situação política da Câmara nesta semana? Transformaram a cassação de Glauber Braga em suspensão, enquanto livraram Carla Zambelli. Tudo isso reforça a sensação de que o Centrão opera conforme seus próprios interesses — e não conforme a moralidade que o povo brasileiro espera.
A assessora apontada como peça-chave de toda essa engrenagem é descrita como “querida” e eficiente intermediária de pedidos. O problema é que eficiência, sem transparência, pode virar instrumento de favorecimento. E as anotações encontradas pela PF, que mostram recursos sendo destinados segundo conveniências privadas e não projetos sérios, deixam tudo ainda mais grave.
Eu penso, sinceramente, que as investigações precisam ir até o fundo — sem medo, sem blindagem e sem acordos de bastidores. O Brasil já pagou um preço alto demais pela impunidade de uns poucos. Agora, é hora de responsabilizar todos aqueles que agiram à margem da lei. Seja quem for.
Afinal, o dinheiro público pertence ao povo — e não aos donos do orçamento secreto.
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