Por Evandro Brasil
Correios: Eu defendo, de forma técnica e responsável, que salvar os Correios passa obrigatoriamente por modernizar a gestão, investir em tecnologia logística e romper com práticas políticas ultrapassadas que drenam recursos da empresa sem entregar resultados concretos à sociedade.
Os Correios sempre tiveram um papel estratégico no Brasil. São a única empresa logística com presença nacional plena, inclusive em regiões onde o setor privado não tem interesse econômico. Ainda assim, perderam espaço no mercado de entregas, especialmente com o crescimento acelerado do e-commerce, não por incapacidade operacional, mas por gestão ineficiente e decisões políticas equivocadas.
Correios e o mercado de entregas: um erro estratégico histórico
O setor de logística e transporte de encomendas é hoje um dos mais competitivos e tecnológicos do mundo. Roteirização inteligente, automação de centros de distribuição, rastreamento em tempo real e análise de dados são elementos básicos. Enquanto isso, os Correios ficaram presos a modelos antigos de administração e a uma estrutura excessivamente burocrática.
Na minha avaliação, um dos maiores problemas é a interferência política na gestão da empresa. Muitos políticos se preocupam mais em fazer indicações para cargos estratégicos do que em apresentar metas, indicadores de desempenho e compromisso com resultados. Esse modelo de aparelhamento sangra os recursos dos Correios, compromete a eficiência operacional e afasta a empresa da lógica moderna de mercado.
Empresa pública não pode ser tratada como espaço de acomodação política. Precisa ser tratada como ativo estratégico nacional.
Gestão profissional e meritocracia como ponto de virada
Defendo que os Correios adotem um modelo de gestão profissional, com critérios técnicos, metas claras e avaliação constante de desempenho. Isso significa:
✓ Fim de indicações políticas sem qualificação técnica
✓ Diretoria com experiência em logística, tecnologia e gestão empresarial
✓ Metas públicas de eficiência, prazo de entrega e redução de custos
✓ Transparência nos resultados
Sem isso, qualquer debate sobre privatização ou estatização se torna vazio. O problema central não é o modelo jurídico, mas a qualidade da gestão.
Transformação digital e logística inteligente
Não existe futuro para os Correios sem transformação digital. A empresa precisa operar como uma plataforma logística integrada, com uso intensivo de tecnologia:
✓ Big data para otimização de rotas
✓ Inteligência artificial para previsão de demanda
✓ Automação de centros de triagem
✓ Aplicativos modernos com rastreamento em tempo real
O crescimento do comércio eletrônico, dos marketplaces e dos pequenos empreendedores exige uma empresa ágil, flexível e conectada. Os Correios têm estrutura, capilaridade e marca. Falta gestão moderna.
Função social com sustentabilidade econômica
Outro ponto que faço questão de destacar é que eficiência e função social não são opostas. Pelo contrário. Um Correio forte economicamente consegue cumprir melhor sua missão pública, garantindo:
✓ Entregas em áreas remotas
✓ Apoio à saúde, educação e serviços públicos
✓ Inclusão logística para pequenos negócios
O que não pode continuar é o uso político da empresa, que gera prejuízo, sucateamento e discurso fácil, mas não resolve o problema real.
Salvar os Correios é uma decisão estratégica para o Brasil
Na minha visão, salvar os Correios é uma decisão estratégica para o desenvolvimento nacional. O Brasil precisa de uma empresa pública moderna, eficiente, tecnológica e blindada contra indicações políticas irresponsáveis.
Enquanto políticos se preocuparem mais com cargos do que com resultados, os Correios continuarão perdendo mercado. Quando a prioridade passar a ser gestão, tecnologia e compromisso com a população, a empresa pode — e deve — voltar a liderar o mercado de entregas no Brasil.
Defender os Correios não é defender o passado.
É defender um futuro logístico eficiente, soberano e a serviço do país.
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