domingo, 14 de dezembro de 2025

A retirada da escolta da deputada Talíria Petrone é um ato grave, covarde e inaceitável



Por Evandro Brasil 

Risco: A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, de retirar a escolta da Polícia Legislativa Federal da deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) não é apenas um erro administrativo: é um gesto político grave, irresponsável e perigoso.

Trata-se de uma parlamentar que sofre ameaças de morte desde o início do mandato, com investigações ainda em curso na Polícia Federal e na Polícia Civil. Não houve comunicação prévia, não houve apresentação de parecer técnico, não houve qualquer demonstração de que os riscos cessaram. Houve, sim, uma decisão unilateral, tomada no momento exato em que Talíria intensificou críticas à condução da Casa e se posicionou contra pautas defendidas pelo presidente da Câmara e seus aliados.

O timing fala por si. E, quando o contexto grita, o silêncio institucional se transforma em cumplicidade.

Em um país onde circulam milhões de armas nas mãos de pessoas desequilibradas, estimuladas por discursos de ódio e intolerância, retirar a proteção de uma parlamentar ameaçada é assumir, sim, responsabilidade direta por qualquer maldade que venha a ser cometida contra ela. Não se trata de retórica. Trata-se de realidade.

A presidência da Câmara não pode ser usada como instrumento de retaliação política. Divergência ideológica não autoriza colocar a vida de ninguém em risco. Isso ultrapassa qualquer disputa partidária e atinge o núcleo da democracia: o direito de exercer o mandato com segurança e liberdade.

É inaceitável que Hugo Motta e seus amiguinhos da extrema direita e do centrão normalizem esse tipo de prática. O Parlamento não pode se transformar em um espaço onde quem enfrenta o poder é punido com a própria vulnerabilidade física.

Essa atitude revela algo ainda mais profundo: a covardia política. A falta de empatia é, historicamente, uma característica comum nos covardes. E a covardia nunca foi, nem nunca será, compatível com a racionalidade e a responsabilidade que esperamos dos representantes do povo brasileiro.

Democracia não combina com intimidação. Divergência não se resolve com desproteção. E o cargo de presidente da Câmara exige grandeza — não vingança.

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