Por Evandro Brasil
Comportamento: A ética deveria ser um valor básico na vida de qualquer pessoa. Ela orienta comportamentos, define limites e sustenta a confiança nas relações sociais. No entanto, quando falamos de homens e mulheres que exercem cargos públicos, a ética deixa de ser apenas uma virtude desejável e passa a ser uma obrigação moral e institucional.
Vereadores, deputados, prefeitos, governadores, senadores, o presidente da República, ministros e secretários, em todas as esferas de governo, não representam apenas a si mesmos. Eles representam o Estado, as instituições e, sobretudo, o povo que os elegeu ou que é impactado diretamente por suas decisões. Por isso, espera-se dessas autoridades um comportamento exemplar, transparente e responsável.
Infelizmente, o que temos visto com frequência é o oposto. O caso do deputado Filipe Poubel, acusado de apresentar um atestado médico falso para não comparecer a uma audiência judicial, é mais um episódio que escancara o desrespeito às leis e à ética pública. Ainda que as acusações precisem ser apuradas com rigor e respeito ao devido processo legal, o simples fato de existirem já causa enorme desgaste à imagem do Parlamento e aprofunda a descrença da população na política.
Esse não é um caso isolado. Muitos parlamentares são flagrados mentindo deliberadamente, distorcendo fatos e divulgando notícias falsas para enganar a população, ganhar engajamento nas redes sociais ou atacar adversários políticos. A mentira, que deveria ser reprovada em qualquer ambiente, tornou-se uma ferramenta recorrente na atuação de parte da classe política. E isso é extremamente grave.
A disseminação de fake news por agentes públicos corrói a democracia, enfraquece as instituições e gera um ambiente de desinformação que prejudica diretamente a sociedade. Quando um parlamentar mente, ele não comete apenas uma falha moral; ele trai a confiança de quem o elegeu e compromete o funcionamento do Estado democrático de direito.
É urgente que a ética volte a ser um princípio norteador da vida pública. Isso passa pela atuação firme da Justiça, dos órgãos de controle e das próprias Casas Legislativas, que não podem ser coniventes com comportamentos antiéticos. Mas passa, principalmente, pela consciência e pela pressão da sociedade.
O Brasil não precisa de políticos perfeitos, mas precisa, com urgência, de políticos honestos, responsáveis e comprometidos com a verdade. Sem ética, a política não é legítima. Sem ética, não há democracia saudável. E sem ética na vida pública, quem paga a conta, mais uma vez, é o povo.
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