Chegou a Hora: Taxar os Super Ricos pelo Bem do Brasil

Professor Evandro Brasil sobre a taxação dos super ricos 

Por Evandro Brasil 

Super Ricos: Defender a taxação dos super ricos não é uma questão de ideologia, é uma necessidade urgente de justiça social e de equilíbrio fiscal. O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, com milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, enquanto uma pequena elite acumula fortunas bilionárias muitas vezes intocáveis pela carga tributária.

Quando falamos de “super ricos” no Brasil, estamos nos referindo a menos de 1% da população, uma parcela que detém cerca de 50% da riqueza nacional. São donos de bancos, fundos de investimento, grandes redes de varejo, conglomerados de mídia, holdings de mineração, agronegócio e indústria. Muitos vivem em bairros nobres do Rio de Janeiro, como Leblon e Ipanema; em São Paulo, nos Jardins, Morumbi e Vila Nova Conceição; ou em condomínios de luxo em Brasília. Outros sequer moram no país, optando por paraísos fiscais ou endereços em Miami, Lisboa ou Dubai.

Esses super ricos ganham com aplicações financeiras, lucros e dividendos isentos de imposto, heranças multimilionárias e operações empresariais blindadas por mecanismos de planejamento tributário agressivo. Enquanto o trabalhador assalariado paga imposto na fonte e o pequeno comerciante luta para não quebrar, essa elite concentra patrimônio de forma quase intocável.

A taxação dos super ricos é uma medida que vai além da arrecadação. Trata-se de corrigir distorções históricas, de fazer com que quem tem mais contribua mais. É um passo essencial para financiar políticas públicas de saúde, educação, segurança e combate à fome. Não estamos falando de penalizar o sucesso, mas de garantir que o desenvolvimento econômico seja socialmente justo.

É hora de romper com o velho discurso de que “taxar os ricos afasta investimentos”. O que afasta investidores de verdade é a instabilidade social, a violência nas ruas, a falta de mão de obra qualificada e a pobreza extrema. Um país com uma classe média fortalecida e com menos desigualdade é um país mais seguro, mais atrativo e mais justo.

Como cidadão e como educador, defendo com firmeza a aprovação de políticas que criem impostos progressivos sobre grandes fortunas, heranças acima de determinado valor e lucros e dividendos de pessoas físicas com rendimento milionário. Já passou da hora de o Brasil olhar para os de cima e exigir o mínimo de responsabilidade social.

Taxar os super ricos é um ato de justiça e um compromisso com o futuro.

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