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A Crise na Formação Política Brasileira: Um Olhar Crítico

Foto de Arquivo: sede histórica da Alerj. Palácio Tiradentes.

Por Evandro Brasil 

Crítica: A formação política no Brasil enfrenta desafios profundos que refletem uma desconexão entre a academia e os problemas reais do país. Conforme destacado por Gláucio Ary Dillon Soares no artigo "O Calcanhar Metodológico da Ciência Política no Brasil", publicado na revista Sociologia, Problemas e Práticas (2005), há uma "hostilidade em relação aos métodos quantitativos e à estatística; porém, seu lugar não foi ocupado por métodos qualitativos rigorosos, e sim por uma ausência de métodos e de rigor". Essa crítica aponta para uma deficiência metodológica que permeia a ciência política brasileira, limitando sua capacidade de produzir pesquisas relevantes e aplicáveis à realidade nacional.

A formação atual prioriza a reprodução de teorias estrangeiras, muitas vezes desconectadas dos contextos locais, em detrimento de uma abordagem empírica e interdisciplinar que poderia contribuir para a solução de problemas urgentes, como a violência, a desigualdade e a crise de representação política. A falta de rigor metodológico e a resistência ao uso de técnicas quantitativas e qualitativas modernas resultam em uma produção acadêmica que, em grande parte, não dialoga com as demandas da sociedade brasileira.

Para superar essa crise, é essencial reformular os currículos das pós-graduações, incentivando o uso de métodos rigorosos e a interdisciplinaridade, além de promover uma maior conexão entre a pesquisa acadêmica e os desafios políticos e sociais do país. Como bem colocado por Soares, a ciência política brasileira está em uma encruzilhada: ou se reinventa para contribuir com a solução dos problemas nacionais, ou continuará a ser um exercício intelectual distante da realidade.


Referência:

SOARES, Gláucio Ary Dillon. O Calcanhar Metodológico da Ciência Política no Brasil. Sociologia, Problemas e Práticas, n. 48, 2005, pp. 27-52.

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