Polícia, encontra cemitério clandestino no Morro do Jordão região Sudoeste
Por Evandro Brasil
Policial: Hoje li, com profunda tristeza, a matéria publicada pelo Jornal O Dia sobre a descoberta de um cemitério clandestino utilizado pelo Comando Vermelho no Morro do Jordão, entre o Tanque e a Taquara, no Rio de Janeiro. Policiais civis encontraram ossadas de pelo menos duas pessoas — vítimas de uma realidade cruel, que aprisiona famílias inteiras no medo e no silêncio.
Enquanto lia a notícia, não consegui deixar de pensar nas mães que ainda esperam por um filho desaparecido, nas famílias que vivem entre o desespero e a esperança, e em todos aqueles que perderam o direito de viver em paz. Essa tragédia é mais do que um episódio policial; é o retrato de um Estado ausente e de uma sociedade adoecida pela violência.
Há anos, o Rio de Janeiro convive com a normalização do medo. Acordamos e dormimos ao som de tiros, aprendemos a mapear rotas seguras e a evitar certos horários ou caminhos. Isso não é vida — é sobrevivência. E sobreviver não deveria ser o destino de um povo tão forte, trabalhador e cheio de sonhos.
O que mais me preocupa é o quanto essa situação vem aprisionando as famílias. O medo virou companheiro constante, o luto é cotidiano e o silêncio se tornou uma forma de defesa. A violência não atinge apenas quem morre, mas também quem fica — e carrega para sempre as marcas da ausência, da injustiça e da impotência.
É urgente que a sociedade e as autoridades olhem com sensibilidade para essa realidade. Não podemos aceitar que cemitérios clandestinos existam no coração de nossas comunidades. Não podemos aceitar que vidas sejam descartadas como se não tivessem valor.
Que essa descoberta sirva como um grito de alerta — e não como mais uma manchete esquecida.
Enquanto houver medo, haverá resistência.
Enquanto houver dor, precisamos continuar falando.
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