domingo, 20 de julho de 2025

A corrida armamentista em 2025: entre soberania, economia e contradições globais

Foto de Arquivo: Carro de combate Urutu e soldados do exercito brasileiro

 Por Evandro Brasil

Internacional: Em pleno 2025, o mundo presencia uma intensificação preocupante dos investimentos na indústria bélica, mesmo diante de desafios urgentes como a crise climática, a desigualdade social e a instabilidade econômica. Chefes de Estado, ao invés de priorizarem cooperação e desenvolvimento sustentável, continuam a canalizar bilhões para a produção de armamentos e tecnologias militares. O Brasil é um exemplo emblemático dessa tendência.

O governo federal anunciou R$ 112,9 bilhões em investimentos na indústria de defesa, divididos entre recursos públicos (R$ 79,8 bilhões) e privados (R$ 33,1 bilhões). Esses valores estão sendo aplicados em projetos estratégicos como satélites, radares, veículos lançadores, submarinos e aeronaves militares. A justificativa oficial é fortalecer a soberania nacional e impulsionar a inovação tecnológica. De fato, segundo o Ministério da Defesa, cada real investido na Base Industrial de Defesa (BID) gera um retorno de quase 10 vezes no PIB nacional.

Além disso, o setor emprega 2,9 milhões de pessoas diretamente e indiretamente, representando 3,58% do PIB brasileiro. Em 2024, o país exportou US$ 1,78 bilhão em produtos de defesa, um crescimento de 22% em relação ao ano anterior. Empresas como Embraer, SIATT e Condor estão na vanguarda dessa expansão, com apoio de capitais estrangeiros — destaque para o grupo EDGE dos Emirados Árabes Unidos, que investiu R$ 3 bilhões em fábricas e tecnologias no Brasil.

No entanto, esse crescimento não vem sem contradições. A maior fabricante nacional de armamentos, a Avibras, enfrenta uma crise histórica: mil dias de greve, salários atrasados e ameaça de falência, com dívidas estimadas em R$ 600 milhões. A situação expõe a fragilidade da estrutura industrial e a dependência de decisões judiciais e políticas para garantir sua sobrevivência.

Globalmente, o cenário é ainda mais tenso. Segundo o Fórum Econômico Mundial, conflitos armados entre Estados são o principal risco para 2025, superando até mesmo os eventos climáticos extremos. Cerca de 25% da população mundial vive em áreas afetadas por guerras, e os gastos militares dispararam em países como EUA, China e Rússia. A indústria bélica se tornou um dos setores mais lucrativos do mercado financeiro, com ETFs de defesa valorizando até 88% em 2025.

Diante disso, é legítimo questionar: até que ponto o fortalecimento da indústria bélica representa soberania e progresso? E quando ele passa a alimentar um ciclo de dependência, instabilidade e militarização da política externa?

A resposta não é simples. A indústria de defesa pode, sim, gerar empregos, inovação e exportações. Mas quando os investimentos superam os gastos sociais, e a lógica da guerra se sobrepõe à lógica da paz, é preciso acender o alerta. Em 2025, o mundo parece mais preparado para o conflito do que para o diálogo — e isso, por si só, já é um risco que não pode ser ignorado.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Trump, Tarifas e a Soberania Brasileira


Por Evandro Brasil

Balança Comercial: As sobretaxas impostas pelo ex-presidente Donald Trump aos produtos brasileiros representam muito mais do que um gesto econômico: são um gesto político, uma tentativa clara de subjugar a soberania nacional. Ao endereçar uma carta ao presidente Lula anunciando tais medidas, Trump expõe sua visão distorcida de relações internacionais – onde o Brasil não passa de um quintal obediente aos interesses dos EUA. Mas essa época ficou para trás.

Os norte-americanos preferem ter um fraco sem projeto governando o nosso país, um vassalo contrabandista de joias, um vassalo que vende uma refinaria de petróleo a preços muito abaixo dos valores de mercado, ou ainda um vassalo disposto a entregar a nossa Amazônia aos EUA. Essa submissão, que alguns chamam de “aliança estratégica”, nada mais é do que um colonialismo disfarçado – e o Brasil precisa romper com isso de forma definitiva.

Sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eu acredito que, entre três e seis meses, conseguiremos superar essa dificuldade sem nos curvar aos norte-americanos. Temos capacidade produtiva, temos mercado interno, temos inteligência, e, principalmente, temos dignidade. O Brasil já passou por tempestades econômicas muito maiores – e sobreviveu. Agora, não será diferente.

A verdade é que o Brasil precisa de aliados, não de senhores. De parceiros, não de donos. Essa imposição tarifária de Trump, além de recalque em relação ao avanço do BRICS, é uma tentativa de sabotar nosso desenvolvimento e enfraquecer o atual governo, que tem demonstrado coragem em retomar um projeto nacional de crescimento com justiça social.

O Brasil é dos brasileiros. E não aceitaremos, em hipótese alguma, que interesses estrangeiros ditem os rumos do nosso futuro. Não há espaço para servilismo em um país que deseja ser protagonista no cenário global. As tarifas de Trump não nos intimidam – nos desafiam. E é enfrentando desafios que os povos constroem sua verdadeira independência.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Pesquisas Eleitorais: A Máquina de Fabricar Mentiras

Foto de Arquivo: Pesquisa de opinião

Por Evandro Brasil

Pesquisas: Elas aparecem em todos os lugares: nos jornais, na TV, nas redes sociais. Números bonitinhos, gráficos coloridos, porcentagens que sobem e descem como ações na bolsa. As pesquisas eleitorais deveriam ser um termômetro da democracia, mas viraram arma de guerra - uma máquina bem oleada para mentir, manipular e enganar o eleitor.  

A cada eleição, a mesma farsa se repete. Institutos misteriosos, muitos deles criados semanas antes do pleito, começam a disparar pesquisas com resultados "convenientes". Coincidentemente, sempre beneficiam quem tem dinheiro para bancá-las. Perguntas são formuladas para induzir respostas. Amostras são colhidas em regiões estrategicamente escolhidas. Margens de erro são esticadas como chiclete.  

O jogo é sujo e calculista. Lançam uma pesquisa mostrando seu candidato em queda livre justo antes do horário eleitoral. Soltam números inflados do adversário para desanimar seus apoiadores. Usam metodologias obscuras que nem um PhD em estatística consegue explicar. Tudo para criar uma narrativa: "Fulano já ganhou", "Beltrano não tem chance".  

Mas o pior vem depois. Quando a eleição termina e os votos reais são contados, muitas dessas pesquisas "milagrosas" se revelam um fracasso retumbante. Erram feio, erram rude. Algumas nem sequer acertam o topo da disputa. Aí vem a desculpa esfarrapada: "O eleitorado mudou de ideia em cima da hora". Mentira! O eleitorado foi vítima de uma campanha orquestrada para influenciar seu voto.  

Enquanto isso, os donos desses institutos duvidosos seguem impunes, contando seus lucros e preparando a próxima enganação. Políticos inescrupulosos continuam comprando pesquisas como quem compra propaganda. E o povo? O povo fica refém dessa indústria da manipulação, achando que está fazendo uma escolha livre quando na verdade está sendo guiado como boi para o abatedouro.  

Está na hora de dizer BASTA! Chega de aceitar pesquisas encomendadas como se fossem verdades absolutas. Chega de acreditar em números fabricados por institutos fantasmas. Chega de deixar que meia dúzia de espertalhões decida por nós quem merece ou não nosso voto.  


A próxima vez que você vir uma pesquisa, faça três perguntas simples:  

- Quem pagou por ela? (Sempre tem um dono)  

- Como foi feita? (Amostra, metodologia, margem de erro)  

- Qual o interesse por trás? (Ninguém gasta fortunas só por amor à ciência)  


Democracia de verdade não se faz com mentiras disfarçadas de porcentagens. Se querem nos enganar, que ao menos parem de tratar o povo como idiota. A farsa está exposta - e quem tem olhos, que veja.  


#ChegaDeManipulação #PesquisasTemDono #DemocraciaSemMentiras 

Marcos Evandro Brasil T. Pinto é ativista político e fundador do Instituto Evandro Brasil, organização que luta por transparência na política

A crise operacional, financeira e institucional que afeta os Correios

Por Evandro Brasil  Correios: A crise dos Correios não aconteceu por acaso nem pode ser explicada por um único fator. Ela é resultado da co...