Está se tornando cada vez mais comum a presença de lixo doméstico em grandes volumes nas praias paradisíacas em todos os continentes
Se hoje formos promover uma auditoria nas empresas de reciclagem que operam em nosso país, muitos empresários brasileiros e dirigentes de marcas internacionalmente conhecidas poderão sofrer grandes sansões e penalidades impostas por nosso código ambiental, de logística reversa e, principalmente, pelos tratados internacionais.
Desde meados dos anos 90 em nosso país, estamos recebendo uma enorme carga de informações sobre a reciclagem de materiais plásticos. E, está carga foi crescente a partir dos anos 2000.
É verdade que o plástico nos possibilita a produzir muitos produtos a partir da sua reciclagem. É verdade também, que temos muitos bons exemplos de reciclagem no Brasil e no mundo - mesmo que esses exemplo estejam sendo pouco eficientes para conter a degradação do planeta.
Reciclar é importante, precisamos continuar as pesquisas até chegar a aplicação de métodos que possamos garantir segurança no processo de reutilização, de reciclagem e, principalmente, de monitoramento do destino final das embalagens e produtos recicláveis.
Investigando os dados de empresas de reciclagem, de diversas partes do mundo, identificamos problemas e falhas de uma tecnologia onde a conta não fecha. Na reciclagem dos materiais plásticos, existe um momento que o material já reciclado uma ou mais vezes não tem mais qualidade para este processo e o destino final muitas vezes é a geração de energia para indústrias como, por exemplo, a de cimento. Ou simplesmente a incineração. Somente as indústrias de cimento são responsáveis pela emissão de 8% dos gases do efeito estufa em todo o planeta.
Um dos maiores vilões, deste processo, está na utilização de sacolas de baixa densidade, como as utilizadas nos supermercado, também, as embalagens de biscoitos, amendoins, batata, balas, chicletes etc.
Urge a necessidade de propor inicialmente a proibição destes materiais tornando usual embalagens que utilizem o papel como matéria prima.
Fato é que o plástico continua a trazer graves problemas para o nosso planeta.
Para que você tenha noção da gravidade deste problema, cada vez mais os países ricos e desenvolvidos vem exportando seus resíduos. Ou seja, exportando lixo. Durante muitos anos a China foi o maior importador destes resíduos, até que o governo, do partido comunista acertadamente, proibiu operações deste gênero para evitar o caos ambiental em seu território.
Segundo uma reportagem da CNN, esta atividade acabou expandindo para outros países, como por exemplo a Bulgária, que, no mercado negro, chega a cobrar 35 euros por tonelada destes resíduos.
Enquanto os países ricos fingem não observar este ciclo vicioso e que vem acelerando a degradação do planeta, os países mais pobres vem sofrendo com a contaminação de suas praias, ilhas, ilhotas e manguezais porque embarcações e cargueiros, ainda criminosamente, permitem que muitas toneladas desses materiais sejam despejados nos oceanos e mares, colocando em risco a vida marinha e a saúde das populações que habitam nos continentes mundo a fora.
"Para salvar o planeta e as espécies vivas que aqui habitam precisamos ter consciência."
Evandro Brasil é professor, pedagogo, ambientalista e pesquisador em biomedicina.
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