Foto do autor. Professor Dr. Evandro Brasil |
Macroscopicamente, apresenta-se como aumento de volume dos tecidos que cedem facilmente à pressão localizada, dando origem a uma depressão que rapidamente desaparece. Microscopicamente o edema se expressa por alargamento dos espaços entre os constituintes celulares.
A quantidade de líquido nos espaços intersticiais depende da pressão capilar, da pressão do líquido intersticial, da pressão oncótica, da permeabilidade dos capilares, do número de capilares ativos, do fluxo linfático e do volume total de líquido extracelular.
O edema é resultado do desequilíbrio verificado entre o aporte de líquido retirado dos capilares sanguíneos pela filtragem e a drenagem deste líquido. O estado de equilíbrio é atingido quando as vias de drenagem são suficientes para evacuar o líquido trazido pela filtragem.
Ocorre uma constante renovação do líquido intersticial na qual as células doc corpo podem retirar os elementos necessários ao seu metabolismo. Se não houver interrupção não ocorrerá edema. Quando o aporte de líquido filtrado se torna maisi importante e o sistema de drenagem não aumenta em conseqüência disso, ocorre um desequilíbrio entre a filtragem e a evacuação. Os tecidos se enchem de líquido, a pressão intratecidual aumenta e a pele se distende. O tecido incha e ocorre o edema.
Existem dois extremos de edema: um ligado ao excesso de aporte de líquido e outro causado por insuficiência da rede de evacuação. Esse edema ligado ao excesso de aporte de líquido é de origem vascular. Clinicamente, ele apresenta o sinal de Godet ou cacifo, ou seja, uma pressão aplicada com o dedo o deprime e, após a supressão desta pressão, a depressão persiste. O outro tipo de edema aparece quando a drenagem é insuficiente, enquanto o aporte por filtragem é normal (linfedema). O linfedema não apresenta o sinal de Godet, não sendo possível deslocá-lo por meio de pressões.
Após uma intervenção cirúrgica, como a abdominoplastia, o edema ocorre como uma reação do acúmulo de fluido intersticial associado a mudanças na hemodinâmica capilar e perda da integridade linfo-vascular. Há um aumento da pressão oncótica tissular devido à elevada concentração de proteínas no interstício e uma elevação da pressão hidrostática decorrente de ajustes no eixo renina-aldosterona. O edema pós-operatório pode ser prolongado pela obstrução linfática secundária a danos nos vasos linfáticos.
Recursos fisioterapêuticos como a drenagem linfática, crioterapia e eletroterapia auxiliam na reabsorção dos edemas, porém ele persistirá durante todo o processo de cicatrização.
Fonte: Este artigo é objeto dos estudos do autor no Curso Pós-graduação em Estética e Cosmetologia da Faculdade FAMART.
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