sábado, 20 de julho de 2013

O ÍNDIO URBANO E A LUTA PELA PRESERVAÇÃO DA CULTURA INDIGENA



Como se promovia uma forte resistência a cultura dos povos originários. Utilizava-se de outras culturas para afastar os índios da sua verdadeira identidade.

Por Evandro Brasil
Durante a XI Conferência Municipal da Assistência Social de Duque de Caxias nós participantes tivemos a oportunidade de conviver alguns preciosos momentos com autênticos representantes dos povos originários,os amigos Doethyro Tukano de 53 anos da etnia de São Gabriel da Cachoeira no Amazonas e Apurinã Xamakiry de 48 anos descendente da Boca do Acre, também naregião amazônica.

Em uma conversa informal, nossos amigos nos descreveram um pouco das suas experiências na cidade grande, são eles, também chamados índios urbanos.

Apurinã em uma foto de divulgação

Apurinã nos conta que esta no Rio de Janeiro há 20 anos, e veio pra cá motivado por um sonho, trabalhar na televisão. Ele nos diz que desde pequeno se encantou com a telinha. Veio para o Rio de Janeiro, fez curso de teatro, participou do “Sítio do Pica-Pau Amarelo” onde interpretou Tomé no episódio “Os Bandeirantes”. Gravou recentemente o filme Vermelho Brasil da Rede Globo, além de pequenas participações como figurante ao longo deste tempo que esta no Rio.

Apurinã, afirma que ao chegar na cidade grande enfrentou um grande impacto de identificação, pois quando se afirma ser índio,as pessoas agem com deboches, seu sotaque é motivo de risos e chacotas, o que chamamos de “Boolling”. “Na culturaguarani, muitos índios chegam a suicidar-se por falta de identidade”. Afirma Apurinã Chamakiry. Neste primeiro contato com os povos aqui no Rio de Janeiro, ele chegava a negar a sua origem, por vergonha e para evitar o boolling. Depoisde 7 anos aqui, ele retorna a sua terra na Boca do Acre, e foi lá, que ele viu a importância de retornar ao Rio de Janeiro e afirmar a sua origem, sua cultura, lutar pela afirmação, pela preservação da memória e principalmente pela sua verdadeira identidade.

Em sua estada na Cidade Maravilhosa, e nos trabalhos da televisão como figurante ele acaba por conhecer outros descendentes da cultura indígena, o que leva a uma rápida identificação, os constantes encontros dá início a um movimento de valorização da cultura dos povos originários, e, por volta do ano 2000 inicia uma articulação para conquistar um espaço onde os índios pudessem expor seus artesanatos e ocupar, promovendo o intercambio social. Naquele tempo, uniram o estado de abandono do Museu do Índio no Maracanã e a necessidade dos originários que fez surgir uma nova comunidade com a ocupação do espaço.

Ele ainda acrescenta que o espaço foi doado desde tempo do Brasil Império pelo Duque de Saxie e teve e denominação final como resultado do trabalho de Darcy Ribeiro.

Tukano durante a desocupação da Aldeia Maracanã
Nosso outro personagem, o amigo Doethyro Tukano, este luta incansadamente desde os 20 anos de idade pela afirmação de sua cultura. Quando adolescente, em São Gabriel estudava na doutrina Católica Salesiana, o que ele mesmo define como uma lavagem cerebral que fez com que muitos outros indígenas renunciassem a sua verdadeira origem, os jovens indígenas permaneciam 8 meses confinado e 4 meses com a família. Mas ele também tinha um sonho, e para correr atrás deste sonho ele vai para Manaus estudar em uma escola preparatória para concurso de oficiais da Aeronáutica.

Em Manaus, através do Conselho Indigenista Missionário da CNBB (Conselho Nacional dos Bispos do Brasil), Tukano descobre que existe um órgão chamado Funai, e, ele lembra que na aldeia a Funai era totalmente desconhecida. 

Na primeira visita do Papa João Paulo II, ele foi a Brasília, e somente lá ele teve a informação de que no Brasil havia outras etnias indígenas, lá conheceu o Cacique Juruna então deputado federal do PDT. “A doutrina católica dominava a região dos índios pelo enfraquecimento da Funai e com o apoio das forças armadas, e servia como uma forte resistência a cultura dos povos originários. Utilizava-se de outras culturas para afastar os índios da sua verdadeira identidade” Afirma Doerthyro Tukano.

No ano de 1987 Tukano junto a outros 400 líderes indígenas cria a Federação da Comunidade Indígena, era mais uma tentativa deresistir e lutar nas grandes metrópoles pela sustentação dos povos indígenas epela garantia da sua permanência em seu local de origem. Participa da Assembléia Constituinte e ajuda a construir o Artigo 231 da nossa Carta Magna. Este artigo trata dos direitos dos povos originários.

Em sua permanência no Rio de Janeiro, Tukano afirmaque é um andarilho, tem uma filha que vive no município de Duque de Caxias e que hoje sua filha tem 23 anos, e ele chegou por aqui, em 1997, na ocasião ela tinha apenas 7 anos, e, desde então, esta no Estado do Rio de Janeiro, onde trabalhou como educador na Casa do Índio na Ilha do Governador; depois trabalhou também como educador em Botafogo, no Museu do Índio; no ano de 2007 ele da inicio a um trabalho em uma ONG como educador de artes, e, no 1º grupo de índios não acadêmicos pesquisador; e desde então realiza palestras sobre a afirmação dacultura dos povos originários em universidades, associações etc.

Em um momento de nossa conversa, eu falo de esperança, e ambos me afirmam: “O desrespeito aos povos originários leva a indignação aos movimentos sociais no Rio de Janeiro. O Centro de Referência da Cultura dos Povos Indígenas se faz necessário, veja que até 10 anos atrás os índios urbanos já não eram mais considerados índios pela sociedade, o Censo do ano 2004 indicava que no Rio de Janeiro havia 30 mil índios, já o Censo de 2010 indica que no Rio de Janeiro a população indígena é de 11 mil indivíduos. Temos que derrubar a idéia de que o índio urbano não é mais índio, lutamos para mudar a visão do povo sobre a nossa cultura, com a formação de uma política indigenista no país, isso permeia com a elaboração de novos livros didáticos que reflitam a realidade do índio nos dias atuais, como ele deve ser verdadeiramente visto.”

Quem também esteve na XI Conferência Municipal daAssistência Social foi o Secretário Zaqueu Teixeira que afirmou que esta garantida a construção do Centro de Referância da Cultura Indígena e que vai buscar instrumentos para acelerar as obras na Colônia Curupaiti em Jacarepaguá.

domingo, 14 de julho de 2013

XI Conferência Municipal da Assistência Social de Duque de Caxias


Nos dias 17, 18 e 19 de julho, próximas quarta, quinta e sexta-feira, a sociedade civil organizada, o usuário dos serviços e o governo municipal estarão reunidos na XI Conferencia Municipal da Assistência Social, este evento irá acontecer no auditório da Unigranrio e serve para avaliarmos, propormos novas diretrizes e deliberar propostas e preposições que venham a ser implementadas no Sistema Unico da Assistência Social.

É importante a participação de todos, usuários dos serviços da assistência social, estudantes, lideranças comunitárias, gestores da política pública e os técnicos do setor devem reservar espaços em suas agendas para participarem deste debate.

Quantos aos dias e horários definidos pela comissão organizadora, quarta, quinta e sexta-feira das 8 às 17h, destacamos que as conferências quando programadas a acontecer em dias de semana, como está prevista a XI Conferência Municipal da Assistência Social em Duque de Caxias, ela cerceia o direito do trabalhador em participar. Como pode a Conferência destacar a importância do protagonismo do usuário organizando uma conferencia no horário em que este deve estar em seu trabalho, ou seu curso etc? É bem verdade que a conferencia marcada para este horário, tem especifica função de fazer com que o servidor participe. Ou seja, fazer com que o avaliado participe, já quem deve avaliar, possivelmente estará ausente do debate.

Outro fator que destacamos é a reunião ampliada que a secretaria de assistência social realizou no Plenário da Câmara de Vereadores, houve um grande número de profissionais, mas o avaliador, que é o usuário, não estava presente. Sem contar que o caderno de orientação da Conferência até o presente momento não fora apresentado pela coordenação deste evento.

Se este artigo serviu de motivação para você, ainda há tempo, compareça a Secretaria Municipal da Assistência Social em Duque de Caxias, faça a sua inscrição, o horário de funcionamento é das 9 às 17 horas.

A gente se vê na Conferência.




FEDERAÇÃO DAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR DE DUQUE DE CAXIAS


A ONG Promover Brasil iniciou em Duque de Caxias um movimento de entidades que tem por finalidade a criação da Federação das Entidades do Terceiro Setor de Duque de Caxias. Já foram realizados três grandes encontros, onde já conseguimos preparar o Estatuto, definimos uma Comissão Executiva Provisória que terá a função sintetizar as propostas apresentadas e finalizar a confecção do Estatuto, convocar reunião para elaboração do Regimento Interno e da Carta de Princípios, promover o credenciamento das entidades já inclusas no processo e convocar o I Congresso Municipal das Entidades do Terceiro Setor.

Compõem a comissão executiva provisória: Evandro Brasil – ONG Promover Brasil; Fernando Ramos – Copeduc; Alcinir Gonçalves – Pensar Caxias; Paulo Crivella – MAP; e Jorge Basílio – Casa de Pedra; secretariados pela estudante de direito e estagiária da Defensoria Pública Viviane Francisco.

São premissas da Federação das Entidades do Terceiro Setor, também chamada de F3:
- Qualificar as entidades do terceiro setor;
- Qualificar as pessoas que compõem as entidades do terceiro setor para o exercício do controle social;
- Promover campanhas de interesse público no âmbito do município de Duque de Caxias;
- Auxiliar ao Poder Executivo Municipal na formulação e realização de programas e projetos de interesse sócio-educacional;
- Auxiliar ao Poder Legislativo Municipal na elaboração de projetos de lei de interesse social;
- Captar recursos junto as iniciativas pública e privada que venham a financiar atividades de interesse público promovidos por nossos federados no âmbito do município de Duque de Caxias;
- Promover a integração entre as entidades na formação de ampla rede de atendimento nas áreas definidas no artigo 6º da Constituição Federal de 1988.

Mais informações poderão ser obtidas em: www.f3setor.blogspot.com

sexta-feira, 12 de julho de 2013

CARTA ABERTA AOS INDIGNADOS

MEUS AMIGOS E MINHAS AMIGAS

O que esta acontecendo em nossa cidade? São tantas reclamações contra a administração do prefeito o qual ajudamos a eleger. Ouço nas ruas que ele vai lançar o Celso Pansera e a Tatiane a deputados estadual e federal. Será que com tanta reclamação essa deveria ser a prioridade? Diante do depoimento que a co,panheira Laura Pinto fez (no Facebook - perfil da Claudia Malvar), e tantos outros que vem desabonando o nome do Prefeito Alexandre Cardoso e dos seus secretários, dos vereadores de sua base, eu lamentavelmente não sei o que dizer, ou o que fazer. Tenho a impressão de que o melhor no momento é mudar desta cidade. Porque sei, que quando vamos as ruas discutir esse assunto com os eleitores, o próprio eleitor diz que é amigo do prefeito, amigo do vereador, amigo do deputado e a culpa do descaso é do Zito, é do Washington, é Moacyr do Carmo, é do José Carlos Lacerda, é do Hydekel de Freitas, é do Tenório Cavalcante.

Tenho me decepcionado muito com a baixa qualidade dos políticos em nossa cidade provinciana, como pessoa, todos são gente boa, mas como representantes do povo e gestores públicos... lamentável... Não ouso nem dizer o que penso. Mas tenho um grande arrependimento e me chateio quando olho o elenco que caminhou ao lado do prefeito Alexandre Cardoso, onde haviam pessoas qualificadas, preparadas e dispostas a se dedicar ao governo, contribuindo com sua efetivação nos quadros técnicos e o prefeito e sua esposa privilegiou pessoas de fora do município e muitos até que caminharam ao lado de seus adversários. Contradizendo o que ele afirmava nas reuniões e nas caminhadas, de que todos que estavam caminhando com ele, ajudando na campanha, empunhando a bandeira, entregando o panfleto iriam fazer parte da estrutura do governo. 

Vou continuar pedindo a Deus que proteja o nosso povo, mas acho que vou retirar o meu time de campo, vou me dedicar ao meu trabalho, a minha família e vou cuidar unicamente da minha vida. Não vejo a população ou eleitor de Caxias assumir e promover a mudança. Nós brigamos, nós lutamos, nós denunciamos, nós conbramos, mas o povo mesmo, não tá nem aí. Eles querem é os 50 reaiszinhos no dia da eleição para garantir o voto, eles querem é o Centro Social que lhes fazem os favores. 

Acho seriamente que esta na hora de tirar o meu time de campo. Estou a cada dia mais decepcionado com o politico, com a politica e principalmente com o eleitor

A crise operacional, financeira e institucional que afeta os Correios

Por Evandro Brasil  Correios: A crise dos Correios não aconteceu por acaso nem pode ser explicada por um único fator. Ela é resultado da co...